Pedras na calçada

Somos metades perdidas nas entranhas da sorte. Acasos fortuitos, pedras desalinhadas na calçada, pedaços de destino. Sopros de ontem em brisas de hoje. Aguaceiros de memória, precipitações do incerto em gotas destiladas na chuva miúda das horas. Somos as esperanças inebriadas de janeiro. Todas as noites descalças de abril. As janelas desimpedidas de julho. Os fragmentos caducos de outubro. As cinzas inflamadas de dezembro. O dilúvio dos dias. Somos o que sentimos. Somos o que amamos. Somos o que vivemos. Uns sentem mais do que outros. Uns amam mais do que outros. Uns vivem mais do que outros.

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